História da Reflora
Amante das cores e das pinturas desde que me entendo por gente. Formada em Educação Física, trabalhei como professora até que tive uma gravidez de alto risco que causou uma pausa abrupta na minha vida. Seis meses de cama, mas fazendo artesanato para o quarto do bebê. Mal sabia eu que, além da gravidez, acontecia também em mim uma germinação de algo muito antigo, totalmente ignorado e, por que não admitir, menosprezado.
Um dia, aquela semente finalmente se fez broto. Me meti a pintar coisas, recolhendo peças de madeira de caçambas, como gavetas e caixas de uva, para dar outro uso. O sonho que nem ousei sonhar se manifestou, mesmo não sonhado, existia, e dava as caras nas sensações de prazer que eu sentia quando me metia a pintar alguma coisa.
Em maio de 2018, o broto se torna uma planta que frutifica arte, e seu nome, Reflora, fala muito.




Da semente ao "reflorar"
Reflora fala da menina que gastava mais lápis de cor nas férias que durante o período de aula, que gostava mais de ganhar revistinhas de colorir do que bonecas, que achava que giz de cera pequeno não tinha sentido, que cavalete era a coisa mais chique do mundo e que, se uma pessoa tinha coleção de pincéis e tintas, era um ser humano diferenciado.
Reflora fala da primeira imagem de pontilhismo que essa menina fez na escola e nunca esqueceu: aula de Educação Artística, 5ª série, figura de uma mulher envolta em flores, pontilhismo com canetinhas. Uma menina que cresceu e se corrompeu com a ideia de que arte não leva a nada.
Reflora fala de uma mãe grávida que fez artesanato e pintura deitada. Reflora fala das minhas primeiras mandalas florais; fala das peças de madeira que alguém julgou ser lixo e jogou na rua. E que, no meu faniquito de criar, recolhi para serem salvas por um pouco de criatividade e tinta.
Reflora mostra a flor que nasce onde menos se esperou.
Reflora prova que a arte não só leva a algum lugar, mas leva a caminhos floridos!
Jô Reflora